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sexta-feira, 6 de março de 2009

Silêncio em Auschwitz!



Foi numa sexta-feira. A data exata não me recordo mais. A única certeza é a de que foi há duas semanas. Da estação de ônibus da cidade da Cracóvia, na Polônia, segui para Auschwitz (Oswiecim, em polonês), cidade distante cerca de 60 kilômetros da antiga capital polonesa. Durante o trajeto de ida, já imaginava o que me aguardava. Só não tinha noção que seria algo tão chocante e, ao mesmo tempo, fascinante do ponto de vista histórico. Pouco mais de uma hora e meia de viagem, adentrava os portões dos Campos de Concentração de Auschwitz e Bikernau.

As cinco horas de visita aos Campos de Concentração de Auschwitz I e II foram marcadas pelo silêncio. Não que eu tenha decidido me calar durante a visita aos locais em que milhares de pessoas foram brutalmente assassinadas. Mas, diante de tamanha tragédia, voluntariamente todos se calam. As únicas vozes que se ouve durante a visita aos Campos de Concentração são de guias que narram aos visitantes o terror ocorrido no local pouco mais de 60 anos atrás.

O silêncio acaba se tornando uma marca de respeito às vítimas do holocausto e um sinal de protesto à tamanha crueldade praticada em Auschwitz. Cada espaço dos Campos de Concentração, sejam os dormitórios, os porões, os corredores e os locais externos dos grandes "galpões", onde muitos dos que tentaram resistir à dominação nazista foram torturados e mortos, carrega a marca do genocídio e o selo da perversidade humana.

Visitar Auschwitz é compartilhar um pouco do sofrimento das vítimas que padeceram no local. Dentre os diversos objetos expostos no museu que, na verdade, representam sinais vivos de um passado recente, destaque para as centenas de fotos de crianças, jovens, adultos e velhos espalhadas em diversos ambientes. Os rostos das vítimas estampados pelos corredores com as respectivas datas de entrada e morte no Campo de Concentração causam, ao mesmo tempo, sensação de medo e piedade nos visitantes.

Auschwitz - Na região, foram construídos dois campos. O primeiro foi utilizado como Campo de Exploração. Logo na entrada de Auschwitz I é possível ler a inscrição, em alemão, Arbeit Macht Frei (O Trabalho Liberta). Desprovidos de qualquer tipo de assistência, muitos não suportavam as horas sofríveis de trabalho e morriam por exaustão. O segundo campo, distante 3 kilômetros de Auschwitz I, nomeado de Bikernau, funcionava estritamente como Campo de Concentração. As crianças, os velhos e os doentes eram diretamente levados a Bikernau para serem cruelmente mortos nas Câmaras de Gás.

Para não gerar tumulto e desespero entre as vítimas, os guardas nazistas informavam que todos seriam submetidos apenas a um banho de "descontaminação". Com o objetivo de reforçar a informação enganosa, todos eram orientados a colocar nome nas malas para, segundo os guardas, ficar de fácil localização após o banho. Mal sabiam, as vítimas, que não sairiam vivas das Câmaras de Gás, falsamente chamadas de salas de banho.

É impossível descrever aqui todas as impressões que tive ao visitar os Campos de Concentração. Fiquei extasiado ao ver tantas coisas que se fosse enumera-las uma a uma possivelmente faltaria espaço. É bem verdade que, ao visitar o local do holocausto, as imagens valem muito mais que as palavras. Mesmo sendo proibido fotografar no interior do museu, não contive a "emoção" e tirei centenas de fotos que, sem dúvida, serão guardadas como relíquias. Se um dia a própria história se encarregar de esquecer do holocausto sempre terei as imagens para lembrar de uma das inúmeras páginas negras da história mundial.

Informações úteis! Os ônibus para Auschwitz partem a cada 50 minutos da Estação da Cracóvia. O valor da passagem é de 9 Zlotys (One Way). Para comprar a passagem mencione a cidade de Oswiecim. A duração da viagem é de quase uma hora e meia. Não se paga para entrar nos museus e a visita pode ser feita sem a orientação de um guia. O traslado de Auschwitz I para Bikernau pode ser feito a pé (20 minutos de caminhada) ou de ônibus. Ônibus gratuitos levam os turistas para Auschwitz II. O último ônibus para Cracóvia parte às 16 horas de Auschwitz I.

5 comentários:

Anônimo disse...

não sei se teria coragem de conhecer...mas estar nesse local realmente deve ser mesmo tudo isso que você disse

Hique disse...

Eu não iria.


Desenvolvi há uns anos uma aversão a coisas relacionadas á 2ºguerra que não tinha antes...

imagine ir aí!!!!



tem coisas que não consigo acreditar que foram feitas pela mesma raça que a minha.

Balão disse...

Parece ser muito lindo o lugar!
Acho que vou fazer intercâmbio também.Já venho pensando nisso a algum tempo.
Só não sei meu destino.

http://danielisso.blogspot.com/

Unknown disse...

interessante, realmente chocante essa frase no começo do campo.

algo para jamais ser esquecido...

Unknown disse...

gostaria de conhecer tbm mas ñ tenho grana, so fico olhando imagens e sonhando q um dia vou conhecer.

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