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domingo, 21 de dezembro de 2008

PRIMEIRO, o Natal. Depois, o PRIMEIRO-Ministro

Nesta semana, cheguei a uma conclusão. Mas, antes de citá-la, vou apresentar os fatos. Após a crise econômica, iniciada nos Estados-Unidos, que golpeou as estruturas econômicas de todos os países do Mundo, a Bélgica passa, agora, por uma nova crise. Desta vez, a crise é de ordem política. O país, que é monárquico, mas dividido em três regiões, cada uma, por sua vez, com uma língua oficial (francês, holandês, alemão) e costumes singulares viu, na última sexta-feira, a sua figura política mais importante ser demitida pelo próprio Rei.

O Primeiro-Ministro belga, Yves Leterme, foi acusado pelo tribunal de justiça da Bélgica de favorecer, durante a sua administração, o principal banco do país, FORTIS, aprovando medidas inconseqüentes que favoreciam diretamente os acionistas do banco. Sinceramente, não tenho propriedade para detalhar o caso, mas o fato é que o país se vê, novamente, sem direção política, já que o Rei é apenas uma figura no tabuleiro da política local.

Desde sexta-feira (19), data em que o Primeiro-Ministro foi demitido do cargo, a imprensa do país vem registrando maciçamente o desenrolar da situação. A França, país que faz fronteira com a Bélgica, também tem se envolvido, publicando em sites da internet artigos de opinião que criticam a desastrosa política do país vizinho, a Bélgica.

A capa do principal jornal da Bélgica de ontem (20), o Le Soir, foi na cor escura, simbolizando o luto político do país. Com a demissão do Primeiro-Ministro, para se ter uma idéia, o país fica sem a figura política mais imponente no poder. É como se não tivesse quem o governasse. Na próxima semana, de acordo com informação do Le Soir, o Rei deve convocar os líderes de partidos para anunciar o nome do novo Primeiro-Ministro...

Agora, sim, posso dizer a que conclusão cheguei. O engajamento político dos jovens do país é ínfimo. Ainda, ontem, ao conversar com dois vizinhos, que são Belgas, pude constatar tal situação. O engajamento que me refiro não é o de pegar bandeiras e ir a praças públicas para reivindicar mudanças, revoluções. Não! Mas um engajamento de saber o que se passa ao redor. Fiquei surpreso ao perceber que os meus vizinhos nem sabiam da demissão de seu principal líder político. Fui, na verdade, quem contou a eles sobre o ocorrido. Apesar da repecursão do caso, poucos ainda sabem da gravidade que isso representa ao próprio país.

Enquanto a 'Bélgica' corre contra o tempo para reorganizar sua casa política, os belgas continuam tomando sua cerveja nos pubs da cidade, fazendo normalmente suas compras nos shoppings e se lambuzando de chocolates e batata-frita pelas ruas. Afinal, é Natal e o belga não quer se sentir incomodado. Diga-se de passagem, o belga tem a cultura do "não me incomode, por favor". É incrível o quanto as pessoas por aqui são individualistas e, às vezes, pouco sociáveis. Para os belgas, neste momento, é preciso, PRIMEIRO, se preocupar com o Natal e, depois, com a situação da falta do Primeiro-Ministro.

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