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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Segunda-feira Vermelha >>> Lundi Rouge

O inesperado aconteceu. É sabido que a Europa, no passado, foi berço de grandes revoluções. Mas, algo me chamou a atenção na manhã desta segunda-feira. Achei estranho ir para a universidade e, ao chegar lá, ver os corredores vazios. Inicialmente, pensei que a causa para tamanha desolação fosse ressaca de alunos e professores. Afinal, segunda-feira é a mãe de todos os oximoros.

Em frente ao auditório, local onde seria ministrada a aula de semiótica visual, apenas oito alunos aguardavam a chegada do professor. Um número pequeno para a quantidade de alunos inscritos na disciplina. Após aguardarmos meia-hora fomos verificar o porquê, até aquele momento, não havíamos tido permissão para entrar no auditório para o início da aula.

Ao me aproximar da sala da coordenadoria do curso, avistei, de imediato, um aviso afixado na porta, ironicamente redigido a caneta vermelha. O aviso dizia que pelo motivo da GREVE dos motoristas de ônibus as aulas haviam sido suspensas no dia de hoje. Uma informação bombástica para quem, até então, acreditava que greve era uma realidade restrita a países de terceiro mundo.

Ao chegar em casa, fui verificar as proporções da greve. Ao acessar o site do periódico mais influente da Bélgica, Le Soir, tive ciência das proporções da paralisação que atingiu hoje todo o país. Tanto as linhas de ônibus, quanto os trens deixaram de funcionar nesta segunda-feira. Os sindicatos realizaram várias movimentações nas mais importantes estações de trem e ônibus da Bélgica.

Em virtude da greve, de acordo com informações da matéria online do jornal Le soir, não só as instituições de ensino pararam. A produção das indústrias e siderúrgicas instaladas no país também foi afetada com a paralisação. Muitos funcionários não conseguiram se deslocar para os locais de trabalho, informa o periódico.

A Greve que parou o país me espanta. Apesar de pequeno, a Bélgica é um dos países mais fortes economicamente da União Européia. Mas a força econômica deste país monárquico não suprimiu as forças do socialismo. Hoje, não foram tapetes vermelhos que ornamentaram as entradas dos palácios da Bélgica. Os tapetes vermelhos foram tomados por bandeiras vermelhas, erguidas por trabalhadores que reivindicavam melhores salários, realçando ainda mais a ornamentação dos imponentes palácios.

A única certeza que tenho depois de acompanhar os fatos é que a força do socialismo em meio à riqueza monárquica da Bélgica assombra qualquer estrangeiro oriundo da parte sul do hemisfério.

Um comentário:

Babados do Estágio disse...

Salut, Ailton

Adorei as últimas postagens...
Mto bom saber como vc se senti...
E saber das notícias direto da Bélgica...
Saber o qto a Europa não está tão distante de nós aqui do país de terceiro mundo... né?!?

Au revoir
Besos

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