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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Polska/ Polond \Polônia - País de contrastes!

Um inverno intenso. Uma língua diferente. Uma moeda desvalorizada. Pessoas receptivas. Cultura interessante. Lugares fantásticos. Riqueza histórica. País marcado pelo holocausto. Witamy Polska! "Bem-vindo à Polônia!"

Intenso Inverno - No sobrevoo feito pelo avião momentos antes de pousar no aeroporto da cidade de Wroclaw (Vratislavia), ao sul da Polônia, já era possível notar o frio que me aguardava. Do alto, era impossível identificar limites entre áreas agrícolas e urbanas da região. Tudo parecia um grande campo de ski. Áreas completamente tomadas pela neve. A impressão era a de que, em virtude da nevasca, visitaria uma cidade sem atrativos e me depararia com um local praticamente 'deserto', com pessoas reclusas dentro de suas casas.

Ao contrário do que imaginei, mesmo com a insistente neve, Vratislavia estava com vida. Carros, ônibus e bondes dividiam espaços nas ruas e, nas calçadas, pessoas e carros disputavam os corredores de passagem. Acredite se quiser! Na Polônia, o pedestre deve se atentar com a movimentação dos carros nas ruas e, também, nas calçadas. É permitido que os motoristas estacionem suas máquinas automotivas nos locais que, até então, acreditava ser destinado exclusivamente a pedestres.

Diferente Língua - Já tenho me tornado insensível ao perceber uma pessoa falando ao meu lado uma língua que não seja o português. No início, ficava fascinado ao ouvir alguém falando em francês, inglês ou qualquer que fosse a língua estrangeira. Achava um encanto. O máximo! Hoje em dia, isso é tão cotidiano que, felizmente ou não, perdeu a graça. Na Polônia não foi diferente.

A língua oficial da Polônia, o polonês, é tão difícil de ser compreendida que a sensação ao ouvir os poloneses se comunicando é a de que nem eles estão se entendendo. A frequente pronunciação das letras K e W dá um som diferenciado ao polonês que, às vezes, soa engraçado. Talvez, o maior desafio ao visitar a Polônia é saber se comunicar. Infelizmente, o número de pessoas que falam inglês no país é ínfimo. E esta não é uma conclusão minha. Qualquer pessoa que visitar a Polônia sairá do país com a mesma percepção.

O momento de maior stress para os turistas é o de comprar passagens de trens e ônibus. Lamentavelmente, não falam inglês nos guichês das estações. A comunicação entre turista e funcionários dos guichês se dá por meio de anotações. Para conseguir comprar bilhetes de viagem de uma cidade para outra, tive que providenciar papel e caneta no momento da compra. No pedaço de papel, colocava o horário em que gostaria de embarcar e o nome da cidade de destino (em polonês), previamente pesquisado na internet. Após a compra do bilhete, havia outro desafio. Conseguir embarcar.

Não existem nas estações placas de orientação em inglês sobre os trens e os ônibus que partem e chegam. Essa falta de informação /orientação fez com que eu perdesse o trem de Vratislavia a Cracóvia, estando dentro da própria estação. Acreditando estar na linha 3, como estava expresso no bilhete "03", perdi o trem que, na verdade, não partiria da linha (tor) 03, mas sim da Plataforma (Perony) 03. Em outras situações, que chegaram a ser engraçadas, consegui informações de como chegar a alguns locais através de mímicas. Sem falar inglês, muitas das pessoas apenas gesticulavam com os braços a direção que deveria seguir.

Desvalorizada Moeda - Nunca o dinheiro disponível para viagem rendeu tanto, como na Polônia. Com apenas 170 Euros no bolso (equivalente a R$ 518,00), realizei uma viagem pelo país sem ter que frear os gastos, como em viagens anteriores à Itália, Portugal e Escócia. O dinheiro em conta, convertido em Zloty (moeda da Polônia), rendeu o valor de 790 zl. Praticamente, uma fortuna para uma viagem de apenas 5 dias pelo país.

Em tempos de desaceleração da economia, instabilidade do dólar, valorização do Euro e de aperto orçamentário na conta bancária de minha mãe, a estratégia é viajar para países do Leste Europeu, onde o Euro não é a moeda oficial e o custo de vida é baixo. Mesmo com pouca grana, é possível conhecer os locais pretendidos, uma vez que é muito barato o valor das passagens de trens e ônibus. Os valores das acomodações e da alimentação nos restaurantes também são consideravelmente menores. No quesito alimentação, ao visitar a Polônia é preciso experimentar o prato típico do país, chamado Pierogie. É uma espécie de Risole. Os recheios são os mais diversificados, variando entre doce e salgado.

Esta é a Polônia - Pessoas receptivas. Cultura interessante. Lugares fantásticos. Riqueza histórica. País marcado pelo holocausto. A Polônia é, sem dúvida, um país de contrastes. Ao mesmo tempo em que carrega uma história de massacre recente em seu território, o país parece ter se levantado dos horrores do holocausto e conseguido superar os momentos de terror vividos por muitos de seus habitantes. Auschwitz ainda continua viva na mente de muitos poloneses, mas a impressão é que grande parte da população já conseguiu virar as páginas do passado.

Antes de viajar para o país, havia escutado comentários de que os poloneses eram extremamente tristes e fechados. A minha constatação foi diferente. Conheci uma Polônia alegre, receptiva e com lugares fantásticos. Outro contraste da Polônia em relação a outros países europeus está na religião. O catolicismo no país é extremamente forte. A região da Cracóvia, a mesma em que viveu o Papa João Paulo II, se orgulha de um dos seus moradores mais respeitados no mundo. Diferente de muitos outros países, as igrejas na Polônia estão sempre cheias. No entanto, lotadas não de turistas, mas de poloneses professando a fé que acreditam.

A plus, Pologne!

Na próxima postagem, um comentário especial sobre a experiência de ter visitado os Campos de Trabalho e Concentração de Auschwitz.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

BRASIL em pauta!

A: Hello!
B: Hello!
A: Where are you from?
B: I´m from ... And you?
A: I´m from Brazil!
B: Really?! Cool! Rio de Janeiro, samba, favela, Kaka!

Ao iniciar a conversa com algum estrangeiro, seja ele da Espanha, da Bélgica, da Rússia, do Canadá, da Escócia ou de qualquer 'canto' do mundo, prepare-se para ouvir, durante os momentos iniciais do diálogo, que precedem a resposta para a pergunta "De onde você vem?", palavras-chave como Rio de Janeiro, samba e favela. Apesar de não ser unânime, quase sempre a reação de um 'não-brasileiro' ao se deparar com um brasileiro é falar de tudo o que sabem sobre o país. Drasticamente, o que sabem do Brasil se resume a isso.

Não culpo os estrangeiros por não saberem sobre o Brasil. Acredito que alguns até sabem demais a respeito do país. Obviamente, Brasília nunca é mencionada como a capital. Por serem mais conhecidas internacionalmente, São Paulo e Rio de Janeiro são sempre as cidades mais citadas quando o assunto é capital brasileira. Certo dia, ao me apresentar como estudante estrangeiro para um professor, após as boas-vindas e dizer qual era minha nacionalidade, ele disse: Brésil! C'est bien ça! La capitale du Brésil c'est 'São Paulo'?! Naquele momento, quase concordei com o professor. Às vezes, explicar onde fica o centro do Brasil para um 'estrangeiro' é tão complicado que é preferível incorrer no erro.

É verdade que ninguém é obrigado a saber dados geográficos, censitários e climáticos de um país, ainda mais quando este "alguém" é um estrangeiro. Em muitos casos, sei menos de um determinado país do que a pessoa estrangeira sabe sobre o Brasil. Eles, ao menos, sabem o nome de uma cidade, conhecem uma marca cultural genuinamente brasileira, reconhecem as diferenças de classe existentes no país e já ouviram falar de alguma personalidade do Brasil. Isso já é o bastante!

O que é intrigante em situações como essas é que o fato do interlocutor saber algo do seu país quase o obriga a saber algo do país da outra pessoa. E isso nem sempre é recíproco. Um exemplo disso aconteceu na passagem de ano em Glasgow, na Escócia. Depois de conhecer um Russo que, atualmente, mora em Manchester, na Inglaterra, ele disse características do Brasil que jamais pensaria que um Russo soubesse. Quando fui questionado por ele se conhecia algo sobre a Rússia, restringi o meu comentário a dizer "É muito frio por lá". Em resumo, não sabia nada sobre o país dele. Até o nome da capital Russa, Moscou, não recordava.

A única coisa que me preocupa é saber que ainda que muitos estrangeiros saibam algo sobre o Brasil, esse algo, na maioria das vezes, é distorcido. A impressão que tenho é que todos assistiram ao episódio dos Simpsons no Brasil e possuem uma imagem errônea do país. Talvez, o meu nacionalismo esteja tão aflorado que me desencadeou mania de "pátria-perseguição". Mas isso não vem ao caso. Não sou adepto a clichês, mas finalizo esta postagem com um demasiadamente conhecido por todos. "Falem/Pensem mal. Mas falem do meu país!" (adaptado)

À bientôt, Brésil!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Descobrimento às avessas!

Séculos atrás uma embarcação de Navio português, que tinha o propósito de desbravar o oceano, chegou a terras desconhecidas que, posteriormente, receberia o nome "Brasil". Quinhentos e nove anos depois, cheguei, não de navio, mas de avião, ao ponto de partida da embarcação desbravadora com o objetivo de descobrir as razões pelo qual, nós brasileiros, nos assemelhamos tanto aos nossos colonizadores, os portugueses. Ou somos, apesar de todo o processo de colonização, muito diferentes daqueles que nos conquistaram?!

Ao menos, uma coisa é certa. A pobreza de Portugal é tão aparente como a do Brasil (sabe-se, porém, que no Brasil é mais acentuada). Durante passeio de metrô urbano na capital portuguesa, Lisboa, foi fácil identificar regiões muito pobres na cidade. Obviamente, o país colonizador leva vantagem do Brasil por pertencer ao grupo de países da Comunidade Européia, tendo como moeda oficial, o Euro. No entanto, o país de Vasco da Gama é, em relação aos demais que integram a zona do Euro, um dos que possui o menor salário-mínimo. Ainda assim, as oportunidades, não sei quais, atraem muitos imigrantes para a chamada Península Ibérica. Portugal continua sendo a porta de entrada para milhares de pessoas que sonham com algum tipo de ascensão econômica.

Em muitos aspectos, não só econômicos, Portugal lembra o Brasil. Talvez, o principal elo de ligação dos dois países seja a língua falada. No entanto, ainda que o português seja a língua oficial de ambos países, existem muitas diferenciações na escrita e na pronúncia. Essas diferenças criaram a nomenclatura Português Brasileiro e Português de Portugal. Em alguns casos, é mais difícil compreender um português falando do que um americano, a falar em inglês. (Expressão típica do português de Portugal: artigo + verbo no infinitivo).

Se, por um lado, Portugal descobriu o Brasil, por outro, o Brasil coloniza o país europeu com a sua cultura. Novelas e músicas de artistas brasileiros são facilmente percebidas na mídia. Mas ainda que haja uma leva grande de "produtos culturais" brasileiros em Portugal, senti, em algumas situações, certa "repulsa" de alguns portugueses quando me identificava como "brasileiro". Às vezes, quando pedia alguma informação em inglês, era mais bem recebido...

Expedição

Classifico como Expedicionário o turismo realizado em Portugal. Jamais me perdoaria de não ter ido ao país Lusitano, caso partisse ao Brasil sem conhecê-lo. Visitar a terra do colonizador não poderia estar fora do roteiro. Era uma obrigação! A sensação de visitar Portugal era a de que estava retornando ao local onde tudo começou. E, de fato, estava! Conhecer o ponto de onde partiram as embarcações, ver monumentos que recordam a relação Brasil-Portugal durante o intenso período de troca entre os dois países e visitar palácios e castelos, morada de Reis que também fizeram história no Brasil, foram os momentos mais incríveis da viagem.

Nem mesmo a forte chuva que caia nas cidades visitadas prejudicou minha passagem pelo país. Minha viagem começou na cidade de Porto e se estendeu até o sul de Portugal, em Lisboa. Infelizmente, cinco dias foi pouco para conhecer tanta história. Quando o inimigo de uma viagem é o tempo, é preciso, no momento de definir o roteiro, priorizar o que é indispensável (os chamados locais que não podem deixar de ser visitados) e, já em campo, correr contra as horas. Em um turismo expedicionário é preciso obedecer o cronograma à risca. Caso contrário, todo o roteiro não será traçado.

O tempo dos cinco dias de expedição foram gastos nas cidades de Porto, Coimbra, Fátima, Lisboa e Sintra. Dos objetivos traçados, somente um não foi alcançado. A falta de ônibus aos finais de semana da estação de trem da cidade de Fátima até o Santuário, localizado na região, mas fora do perímetro urbano, inviabilizou minha ida até o local das aparições. O táxi sairia caro e foi necessário partir, antes do previsto, para Lisboa.

Cada cidade, como não podia ser diferente, tem uma particularidade. Porto conserva o clima de uma cidade portuária, motivo pelo qual recebeu o nome. É uma cidade grande com jeito de cidade pequena. Seus becos e bares, seus monumentos e ladeiras lhe dão um brilho especial. A cidade é, também, o local onde os vinhos mais famosos de Potugal são produzidos. Uma ressalva! Os vinhos de Porto, além de saborosos, são baratos. Em Porto, paga-se, em média, três euros em um litro de vinho. O mesmo vinho, no Brasil, é comercializado a 50, 100 reais.

Já a cidade de Coimbra conserva imponentes e seculares catedrais. Outra atração é a Universidade que recebe o nome do lugar. Um espetáculo de arquitetura e, também, de conhecimento, já que é uma das instituições de ensino da Europa mais renomadas. Para conhecer toda atração turística da cidade, uma manhã ou tarde é suficiente! Ao contrário de Coimbra, Sintra é conhecida por seus palácios e castelos. A pequena cidade, localizada praticamente ao lado da capital portuguesa, encanta os turistas com suas bicas de água cristalina, sua tranquilidade e suas construções. O Castelo dos Mouros e o Palácio Nacional da Pena são duas atrações que não podem deixar de ser visitadas. Apesar do difícil acesso, vale a pena conhecê-los.

Quanto a Lisboa, limito o meu comentário a dizer apenas que é uma cidade FANTÁSTICA. Admiradores da história do descobrimento do Brasil deveriam obrigatoriamente conhecer a capital portuguesa. Incrível pisar em locais sabendo que lá foi onde tudo começou...

Impressões e Dicas

O transporte rodoviário e urbano de Portugal é muito eficiente. As passagem de metrô e de ônibus são relativamente baratas. Cuidado ao visitar Lisboa! A oferta de droga como o haxixe é feita a céu aberto. Não deixe de visistar o país sem comer os pastéis de Belém, um prato de Bacalhau e, em Porto, procure por um prato típico chamado "francesinha". Degustar o vinho de Porto é obrigatório. No mais, ORA POIS, é se divertir e aproveitar todos os momentos da viagem.

Merci pour votre visite!

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